Dinâmica econômica e o dinamismo do mercado imobiliário

O ano de 2023 foi de queda da inflação e das taxas de juros (tanto a Selic quanto a que os bancos comerciais financiam imóveis e empresas do setor), bem como ao aumento do emprego e da renda real do trabalhador. Além desse movimento, 2023 ainda foi um ano de aumento superior a 55% nos recursos disponibilizados pelo FGTS para financiamento habitacional, o que traz consigo uma série de benefícios para os empresários do mercado imobiliário, proporcionando um ambiente favorável para o desenvolvimento e crescimento do setor, em especial do Minha Casa Minha Vida.

Uma das principais vantagens da redução nos índices de inflação é a melhora da capacidade das empresas de controlarem seus custos operacionais, o que, por sua vez, permite um controle mais eficiente sobre o preço dos imóveis lançados. As empresas têm, então, maior flexibilidade para ajustar os preços dos imóveis de acordo com as condições de mercado e a demanda dos consumidores. Isso não apenas torna os imóveis mais acessíveis para os compradores, mas também contribui para a competitividade das empresas no mercado, aumentando suas chances de sucesso e lucratividade.

Além disso, a queda dos índices tem um impacto significativo no mercado de capitais, estimulando o crescimento e a expansão do setor imobiliário. Com a redução das taxas de juros, há uma tendência de aumento do apetite por investimentos em ativos com potencial de retorno mais elevado, como o mercado imobiliário, devido à redução do custo de oportunidade, ao acesso mais fácil a financiamento barato e à maior atratividade do investimento imobiliário em comparação com alternativas de renda fixa.

O mercado de capitais também tende a emprestar cada vez mais dinheiro ao setor imobiliário, buscando oportunidades de investimento em "teses imobiliárias". Esse movimento é impulsionado pelo crescimento dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), que injetam mais recursos no mercado e popularizam o investimento em imóveis para um público mais amplo de investidores. O aumento da disponibilidade de capital no mercado beneficia os desenvolvedores imobiliários, permitindo-lhes financiar projetos e expandir suas operações com mais facilidade.

Vale reforçar, porém, que o impacto das reduções das taxas na dinamização do mercado imobiliário não é imediato. Ele passará a impactar o crédito imobiliário, sobretudo, nos recursos financiados com a caderneta de poupança, e de maneira mais significativa a partir do segundo semestre deste ano.

Ainda, cabe comentar que o FGTS está prestes a vivenciar um marco histórico com um aumento significativo em seu orçamento, atingindo a marca de 107 bilhões de reais para este ano de 2024. Este incremento representa um crescimento notável, especialmente considerando que no ano anterior já havia experimentado um aumento expressivo de 57%. Tal projeção sinaliza uma tendência robusta de investimento e impulsionamento econômico por meio do setor imobiliário.

Um dos principais beneficiários desse aumento é o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que terá um novo fôlego com o aumento do FGTS, permitindo a ampliação e melhoria do programa. Cabe destacar a ampliação do subsídio do MCMV para atender a demanda por imóveis de até 350 mil reais, preenchendo uma lacuna significativa no mercado imobiliário que estava anteriormente negligenciada.

Todo este cenário econômico, por sua vez, demandará um nível cada vez maior de profissionalismo por parte das empresas. Com o aumento da competição e a crescente complexidade do mercado, é essencial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. Isso inclui investir em tecnologia, capacitação de pessoal e processos de gestão eficientes, garantindo que estejam bem-posicionadas para aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas por este ambiente de negócios.